E.O. Wilson entrevistado sobre "O significado da existência humana" na KUOW em Seattle

E.O. Wilson foi recentemente entrevistado na KUOW 94.9 FM em Seattle, Washington, a propósito do seu último livro, The Meaning of Human Existence.

Por Marcie Sillman

E.O. Wilson, professor emérito de Harvard, dedicou a maior parte da sua carreira de 60 anos à biologia evolutiva. Os seus estudos e escritos sobre formigas e as suas organizações sociais valeram-lhe o apelido de "o pai da sociobiologia", bem como uma série de honras e prémios, incluindo dois prémios Pulitzer e uma Medalha Nacional de Ciência dos EUA.

Agora, aos 85 anos, Wilson alargou a sua curiosidade intelectual para além da biologia. O último livro de Wilson tem o audacioso título de The Meaning of Human Existence (O Sentido da Existência Humana). É o segundo volume de uma trilogia planeada. Wilson diz que actualmente está interessado naquilo a que chama as grandes questões.

"O que é que somos? De onde viemos? Para onde é que vamos?"

Afirma que os académicos têm evitado estas questões, considerando-as mesmo presunçosas. Mas Wilson diz que isso está longe de ser verdade.

"Aprendemos, através da ciência e das crescentes ligações entre a ciência e as humanidades, a responder a essas questões", afirma. "Temos respostas para as duas primeiras e estamos em posição de ser produtivos na terceira."

No seu último livro, Wilson sublinha a necessidade de estreitar os laços entre os académicos das ciências e das humanidades.

"Acho que é importante para a sobrevivência da humanidade", diz ele, com ar de gozo, e depois começa a rir-se.

O conceituado biólogo considera que, actualmente, é mais difícil e mais caro do que em qualquer outro momento do século passado para os cientistas fazerem novas descobertas.

"É um pouco como uma mina de ouro", explica. "Nos séculos XVII, XVIII e XIX, fazer descobertas científicas era como apanhar pepitas do chão."

Hoje em dia, as pepitas já foram todas apanhadas, e os prospectores científicos têm de investir muito tempo e dinheiro a aprofundar os seus temas, com rendimentos cada vez mais reduzidos para os seus investimentos.

Wilson pensa que se a vida extraterrestre existe, provavelmente já alcançou o conhecimento científico que temos na Terra. Espera que as questões filosóficas possam despertar novos campos de investigação para os cientistas e vice-versa.

Capa do livro The Meaning of Human Existence de Edward. O. Wilson.

Wilson nasceu em Birmingham, Alabama, em 1929. Desde muito cedo que se interessou pela história natural, mas Wilson ficou cego de um olho num acidente de pesca aos sete anos de idade. Ainda era capaz de ver pequenos objectos de perto; talvez isso tenha alimentado o seu estudo de insectos ao longo da vida.

Wilson diz que nunca imaginou que o seu fascínio pelo mundo natural o levaria ao seu actual foco em questões filosóficas.

"Fui criado como um bom Baptista do Sul", diz ele. "Deixei tudo isso quando estava na faculdade."

Wilson diz que encontrou a sua alegria e o sentido da sua vida no estudo da biologia evolutiva e da diversidade das espécies.

"Mas se trabalharmos com formigas, como eu faço", explica, "é natural seguir nesta direcção, para expandir o que se aprendeu desde a origem do comportamento social avançado nos animais até à condição humana".

Wilson reformou-se do seu cargo de professor em Harvard há quase uma década, mas continua a dirigir a E.O. Wilson Biodiversity Foundation, actualmente sediada na Universidade de Duke.

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